sábado, 12 de junho de 2010

ADEMIR DA GUIA


Qualquer tentativa em discorrer sobre o futebol refinadíssimo de ADEMIR DA GUIA, a primeira lembrança é o poema em que João Cabral de Melo Neto, um dos nossos maiores poetas, escreveu sobre o genial jogador do Palmeiras.  Este poema é de uma sensibilidade assustadora:

ADEMIR DA GUIA - JOÃO CABRAL DE MELO NETO

Ademir impõe com seu jogo
o ritmo do chumbo (e o peso),
da lesma, da câmara lenta,
do homem dentro do pesadelo.

Ritmo líquido se infiltrando
no adversário, grosso, de dentro,
impondo-lhe o que ele deseja,
mandando nele, apodrecendo-o

Ritmo morno, de andar na areia, 
de água doente de alagados,
entorpecendo e então atando
o mais irrequieto adversário.

Foto: Lancepedia

2 comentários:

  1. Grande Ney,

    Sempre fazendo arte, e da mais alta qualidade.
    Curti muito o blog. Acessarei sempre.

    Abração,

    Wilhan Santin

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  2. Wilhan, obrigado pela visita e pelo incentivo!
    grande abraço

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